quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Quíron

Quíron ou Cheiron (a grafia arcaica) era o rei-sacerdote dos centauros. Era
habilidoso na caça, na medicina, na ginástica, na arte da guerra e na astrologia.
Fundador do Asclépio, o antigo templo de cura, foi o mestre de Aquiles, de Orfeu,
de Jasão, de Hércules e de muitos outros antigos heróis e guerreiros. Seus avôs são
Urano (pai celeste) e Gaia (mãe terra) e seus pais são Cronos (Saturno), que é um
centauro e Filira, uma ninfa do mar. Por isso Quíron é meio animal e meio humano,
e pertence à terra e ao mar. A conexão marinha, assim como o corpo composto
cavalo/homem, é uma evidência da antiguidade mitológica do símbolo.
Conta o mito que certa feita, esse grande curador/instrutor foi ferido na
perna por uma flecha envenenada de Hércules e nunca conseguiu curar
a própria ferida, apesar de grande conhecedor da arte da cura. Tempos
depois, Quíron aceitou trocar sua imortalidade pela mortalidade de Prometeu,
herói que entregou o fogo dos Deuses aos homens. Quíron pôde assim descansar
porque sentia sempre muita dor e Prometeu torna-se imortal pois havia realizado
um grande feito. Por isso, esse Deus é chamado de curador ferido, pois esse arquétipo
tem o poder que necessitamos de curar em nós ou nos outros as suas feridas. Quíron
nos habilita a encarar o nosso lado escuro, nosso caso de amor aparentemente infinito
com a morte e com o mal. Ele é a ponte para que nossos "eus" animais se integrem 
com nossos "eus" mais energéticos/equilíbrados. Quíron está sintonizado tanto com
os segredos do instinto quanto com os do intelecto e o que ele realmente propicia é
a união de dois lados, duas instâncias, duas dimensões que teoricamente não são
juntáveis como corpo e alma, corpo e mente, alma e espírito. Ao encontrarmos a
mensagem simbólica de Quíron, a vida parece fazer muito mais sentido e ganhar
significado.


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